A assinatura digital se tornou parte fundamental da rotina de empresas, órgãos públicos e profissionais de diversas áreas. Com ela, é possível assinar contratos, documentos fiscais e até processos judiciais sem a necessidade de impressão ou deslocamento. No entanto, a digitalização dos processos também trouxe novos riscos. As fraudes em assinaturas digitais vêm crescendo e, em muitos casos, são tão sofisticadas que passam despercebidas até por usuários experientes.
Como disse o especialista em segurança cibernética Bruce Schneier: “A segurança é um processo, não um produto”. Ou seja, mais importante do que adotar a assinatura digital é garantir que ela seja utilizada e validada de forma segura.
O que são fraudes em assinaturas digitais?
Fraudes em assinaturas digitais são ações ilegais que buscam falsificar ou manipular assinaturas eletrônicas para obter vantagem indevida. Em outras palavras, é quando um documento eletrônico aparentemente legítimo contém uma assinatura que, na verdade, não foi feita pela pessoa ou empresa que consta como signatária.
Essas fraudes podem envolver desde técnicas simples, como o uso indevido de certificados comprometidos, até ataques mais complexos que exploram vulnerabilidades em sistemas de autenticação e verificação.
Principais golpes envolvendo assinaturas digitais
Nos últimos anos, os cibercriminosos vêm aperfeiçoando métodos para aplicar golpes com assinaturas digitais. Entre os mais comuns, podemos destacar:
- Uso indevido de certificados comprometidos
O golpista obtém acesso ao certificado digital de uma pessoa ou empresa (muitas vezes por meio de phishing ou malware) e passa a assinar documentos em nome dela. - Falsificação de assinatura eletrônica simples
Diferente da assinatura digital qualificada, que utiliza certificado ICP-Brasil, a assinatura eletrônica simples é mais vulnerável, pois pode depender apenas de login e senha. - Manipulação de PDFs
Hackers alteram documentos assinados, inserindo informações ou modificando o conteúdo sem quebrar a aparência da assinatura. - Phishing direcionado
O fraudador envia um e-mail falso solicitando que a vítima assine um documento urgente, levando-a a acessar um site malicioso que coleta suas credenciais. - Clonagem de certificado digital
Técnica mais avançada em que o criminoso copia o certificado e consegue utilizá-lo em outro dispositivo, simulando transações legítimas.
Como verificar se uma assinatura digital é verdadeira
Saber validar uma assinatura digital é essencial para evitar prejuízos. Por isso, antes de aceitar um documento como válido, siga algumas boas práticas:
- Use um software ou serviço confiável de validação: ferramentas como o Verificador de Conformidade do ITI (Instituto Nacional de Tecnologia da Informação) mostram se a assinatura segue os padrões da ICP-Brasil.
- Confira a cadeia de certificação: um certificado válido deve estar vinculado a uma autoridade certificadora reconhecida.
- Observe a integridade do documento: alterações após a assinatura devem invalidar o certificado.
- Verifique data e hora da assinatura: inconsistências podem indicar manipulação.
- Confirme com o signatário: em caso de dúvida, entre em contato diretamente para confirmar a autenticidade.
Como lembra o jurista Lawrence Lessig: “A confiança, mas com verificação, é a base da liberdade digital”. Portanto, não basta acreditar na aparência de um documento eletrônico — é preciso confirmar sua validade.
Ferramentas para validar assinaturas digitais
Hoje, existem diversas ferramentas que ajudam na verificação de assinaturas digitais, garantindo que o documento seja legítimo e não tenha sido alterado. Entre as principais, podemos citar:
- Verificador de Conformidade do ITI – Ferramenta oficial do governo brasileiro para checar assinaturas ICP-Brasil.
- Certisign Verificador – Serviço online para validar documentos assinados digitalmente.
- Adobe Acrobat Reader – Além de ler PDFs, também permite visualizar e validar informações de certificados digitais.
- DocuSign – Plataforma internacional de assinaturas eletrônicas com recursos de verificação integrados.
- VALID Cert – Solução para conferência de autenticidade e integridade de documentos.
Além disso, algumas empresas já utilizam soluções integradas com inteligência artificial, capazes de detectar padrões suspeitos e emitir alertas preventivos antes mesmo que a fraude se concretize.
Boas práticas para evitar fraudes em assinaturas digitais
Prevenir é sempre melhor do que remediar. Por isso, adotar medidas preventivas ajuda a reduzir significativamente os riscos de golpes:
- Proteja seu certificado digital – Armazene-o em dispositivos seguros e nunca compartilhe senhas de acesso.
- Habilite autenticação multifator – Adicione uma camada extra de proteção.
- Atualize seus sistemas – Mantenha o software de assinatura e os sistemas operacionais sempre atualizados.
- Eduque sua equipe – Treinamentos sobre segurança digital ajudam a evitar erros humanos.
- Utilize canais seguros – Ao enviar ou receber documentos para assinatura, prefira plataformas criptografadas.
O papel da IA na detecção de fraudes
A Inteligência Artificial vem ganhando espaço na segurança digital e já é capaz de identificar indícios de fraude em assinaturas digitais de forma proativa. Algumas plataformas podem analisar metadados, histórico de transações e comportamento do usuário para encontrar padrões fora do comum.
Essas soluções permitem que departamentos jurídicos e empresas validem grandes volumes de documentos de forma ágil e segura. Com isso, o uso da IA reduz o tempo de verificação e aumenta significativamente a taxa de detecção de fraudes.
Por que esse tema é tão importante para empresas e departamentos jurídicos
No contexto jurídico e corporativo, uma fraude em assinatura digital pode causar danos financeiros, prejudicar a reputação e até comprometer processos judiciais. Portanto, é fundamental que empresas e escritórios de advocacia estabeleçam protocolos claros para validação e proteção das assinaturas.
Além disso, o aumento do trabalho remoto e das transações online amplia a superfície de ataque para cibercriminosos, exigindo atenção redobrada.
Conclusão
As fraudes em assinaturas digitais representam um risco real e crescente no ambiente corporativo e jurídico. Entender os principais golpes, saber como verificar a autenticidade e contar com ferramentas adequadas de validação é fundamental para proteger informações e evitar prejuízos.
Como já afirmou Benjamin Franklin: “Um grama de prevenção vale mais do que um quilo de cura”. E no mundo digital, essa máxima é ainda mais verdadeira. Portanto, adotar medidas preventivas e utilizar recursos tecnológicos de ponta é o caminho mais seguro para garantir que suas assinaturas digitais permaneçam legítimas e protegidas.
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